O que faz uma fake news “dar certo”?
Nos dias que precederam o domingo, 8 de janeiro, dia do quebra-quebra em Brasília, um grande caldeirão de informações falsas circulava nos grupos bolsonaristas, fazendo as pessoas acreditarem que o Brasil seguia rumo ao comunismo, um Golpe militar era iminente, o General Heleno presidia o país, Bolsonaro voltaria triunfante, entre outras narrativas com pouca ou nenhuma conexão com a realidade.
Mas, o que faz uma notícia falsa ou desinformação “dar certo” e ganhar visibilidade?
“A digitalização da vida provoca um atordoamento pela embriaguez de comunicação e informação”, defende o filósofo e professor da Universidade de Munique Byung-Chul Han, autor do livro Infocracia (leia o post anterior sobre a obra que vale muito a pena).
Fake news também é uma informação, que normalmente se utiliza da comunicação de afetos, como a indignação, o ódio, o medo, a esperança.
Afetos são mais rápidos que a racionalidade. Em uma comunicação afetiva não prevalecem os melhores argumentos, mas as informações com maior potencial de estimular.
Assim, uma notícia falsa que cause grande indignação repercute de forma mais rápida e atingindo mais pessoas do que a verdade sobre os fatos. O estrago proporcionado pela desinformação é sempre maior.
E aqui reside um grande problema no enfrentamento às notícias falsas e à desinformação: Não é possível combater uma fake news com a verdade!