Dá para ser eleito sem entrar na polarização?

Os resultados das eleições gerais de 2022, mostram que a polarização e as tendências de 2018 se consolidaram.

Progressistas e conservadores elegeram grandes bancadas e tiveram os parlamentares mais bem votados no Congresso Nacional e também nos legislativos estaduais.

Políticos generalistas tiveram MUITA dificuldade para se reeleger e, de modo geral, tiveram votações abaixo do que atingiram em outros pleitos. Diversas lideranças antigas e reconhecidas ficaram sem mandato, enquanto novos políticos cunhados em brigas de redes sociais receberam votações expressivas.

Isso não se deve (só) à polarização ou a entrada de influencers no mundo político, mas principalmente a uma mudança expressiva na forma de fazer política.

As pessoas não querem só ser informadas, não querem assistir passivamente ao processo político, elas querem participar.

Por isso, é fundamental que um político atualmente consiga criar ao seu redor uma comunidade de eleitores, que se sintam representados por ele e, principalmente ouvidos.

Uma comunidade é essencialmente HORIZONTAL, com a participação de todos.

Esse costuma ser o grande problema para um político generalista, que sempre esteve acostumado a tratar com gestores públicos, lideranças, sindicatos, associações e empresários e agora precisa se adaptar e conversar diretamente com milhares de pessoas via redes sociais e mensageiros online.

Os próximos pleitos devem manter e até aprofundar a polarização política e diminuir o espaço para políticos generalistas. Quem não se adaptar e criar comunidades ao seu redor, vai ficar de fora.