Você já escolheu o seu partido?
A escolha do partido é um dos primeiros passos (ou ao menos deveria ser) para a construção de um projeto político.
O problema é que no Brasil, salvo alguns casos muito claros e definidos, os partidos costumam ser balaios de gato, sem ideologia definida e com pouca representatividade social.
E assim já tivemos o ex-presidente da FIESP Paulo Skaf, hoje bolsonarista fervoroso, no PSB, partido de centro-esquerda que abriga o vice-presidente Geraldo Alckmin, por exemplo. Um representante da maior Federação de Indústrias do país, concorrendo ao cargo de governador por um partido que se diz socialista (ao menos no nome).
A polarização, que se manterá para 2024 e 2026, dificulta ainda mais a missão do candidato que busca um partido.
É verdade que a realidade local, com seus grupos de poder, normalmente se impõe nas eleições municipais. Ainda assim, a polarização pode afetar candidaturas de diferentes formas.
A escolha de um partido de esquerda, como o PT ou o Psol, em determinadas regiões do interior de São Paulo, Santa Catarina ou Mato Grosso do Sul, pode inviabilizar uma candidatura para o executivo municipal, mesmo que o candidato seja muito bom.
Por outro lado, em outras partes do país, a identificação com o bolsonarismo pode agir como uma âncora e travar candidatos perto dos 20% de votos, a aprovação do ex-presidente hoje.
Por isso, analise o cenário com cuidado. A escolha do partido é fundamental para a viabilidade do seu projeto político.