Fidelidade: política é no fio do bigode
Um tempo atrás fiz um post sobre traição na política que gerou um resultado bem legal. Agora a ideia é falar sobre o oposto.
“No fio do bigode” é uma antiga metáfora que remete à importância da confiança e da palavra empenhada. A frase se tornou um dos mais fortes e presentes jargões do mundo político. Palavra dada é compromisso.
Políticos fieis e leais aos compromissos assumidos, temas que defendem e ao grupo político que pertencem costumam ter grande capital político com seus pares, imprensa e maior representatividade com o eleitorado que representam.
No Governo Lula temos dois grandes exemplos de fidelidade política. Primeiro o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que colocou os interesses do PT e do grupo político acima dos seus objetivos pessoais. Permaneceu no partido mesmo em seu pior momento, disputou uma eleição presidencial em cima da hora e encarou o pleito estadual em 2022 mesmo sabendo que a chance de vitória era mínima.
Outro soldado fiel a Lula e ao PT é o ex-senador e atual presidente do BNDES Aloísio Mercadante.
Muito criticado durante o Governo Dilma, visto até como um dos responsáveis pela falta de apoio político que resultou no impeachment, Mercadante esteve regularmente com Lula durante sua prisão e foi um dos porta-vozes do ex-presidente do período.
No campo oposto, temos a deputada federal Carla Zambelli, fiel escudeira do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Zambelli abraçou todas as pautas defendidas pelo Governo anterior e serviu de contraponto a atuação de outros deputados que pularam do barco do bolsonarismo logo no início do mandato de Bolsonaro. A lealdade resultou em uma votação expressiva em sua reeleição.
Mesmo apontada por muito como vilã após o episódio com a arma na eleição de 2022, a parlamentar segue fiel a Bolsonaro e o bolsonarismo.
Zambelli, Haddad e Mercadante certamente sabem que em política, no médio e longo prazo, a fidelidade e a lealdade costumam ser recompensadas.