Quando a paixão não basta: o que a maior vaquinha do Brasil ensina sobre crowdfunding eleitoral

O Que a maior vaquinha do Brasil ensina sobre Crowdfunding Eleitoral
Em 2023, a torcida do Corinthians protagonizou um feito inédito: a maior vaquinha do Brasil. Com mais de R$ 40 milhões arrecadados em seis meses, a campanha bateu recordes, ganhou os holofotes da mídia e mobilizou uma massa apaixonada. Mas, apesar de todo esse barulho, o sentimento dominante foi de frustração.
O motivo? A meta inicial era de R$ 700 milhões — valor praticamente inalcançável, mesmo para a Fiel. O resultado: apenas 6% do objetivo foi atingido. A ausência de planejamento estratégico, metas realistas e comunicação eficaz minou o potencial da campanha. No fim, sobrou decepção e faltou entrega.
Essa experiência traz uma lição valiosa, especialmente para quem planeja usar o crowdfunding na política: paixão não paga boleto, e vontade sozinha não sustenta mobilização.
Crowdfunding eleitoral ainda é pouco explorado no Brasil, mas tem potencial para transformar campanhas políticas. Pode aproximar candidatos de suas bases, reduzir a dependência de grandes financiadores e tornar os processos mais participativos e transparentes.
Mas, para isso, é preciso mais que boas intenções. É necessário:
- Definir metas possíveis e progressivas.
- Construir uma narrativa que ressoe com os eleitores.
- Oferecer transparência e recompensas simbólicas que engajem.
- Utilizar canais certos com uma estratégia de comunicação clara.
O fracasso da vaquinha do Corinthians não é do modelo de financiamento coletivo, mas da forma como foi executado. E o mesmo vale para a política: não se trata de rejeitar o crowdfunding, mas de aprender a usá-lo com inteligência.
A pergunta que fica é: você está preparado para construir uma campanha que as pessoas realmente queiram financiar?